Cardiologista famoso, Nabil Ghorayeb, 74 anos, foi condenado pela Justiça a um ano, um mês e dez dias de prisão, em regime aberto, por importunação sexual. Na verdade, a pena é branda para alguém que provocou tantos traumas e mexeu com o emocional de tantas mulheres. O médico foi acusado por oito vítimas, mas somente um desses crimes não prescreveu e resultou na sentença. Sim, a vida ficou fácil para ele. Especialmente porque essa não é uma sentença definitiva, Ghorayeb, pode recorrer. E pode continuar atendendo.
Esse é mais um caso de corporativismo feito entre maus médicos para se protegerem mutuamente. Os bons profissionais se recusam a esse tipo de movimento de manada. A denúncia que levou Nabil Ghorayeb à condenação, ocorreu em 2021 e foi apresentada à Justiça pelo Ministério Público (MP). Durante consulta, o médico tocou as pernas da vítima, tentou passar a mão por sob o vestido e, impedido, tocou-a por cima da roupa, sem consentimento, além de pedir para ser tocado por ela.
Segundo apurado pela revista Veja, no relatório final do inquérito policial, a delegada Jacqueline Valadares da Silva, titular da 2ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) descreve relatos de abusos do médico datados de quase trinta anos atrás. Ou seja, as vítimas foram ignoradas solenemente, as sindicâncias foram arquivadas nos conselhos médicos e os crimes continuaram acontecendo. Isto é Brasil!
Nosso mandato aprovou um projeto de lei (998/19) na Alesp em coautoria com o então deputado Sargento Neri sobre o tema que prevê multa de 10.000 UFESP (cerca de R$ 342 mil) para o importunador. O PL foi vetado pelo governador, mas vamos brigar para derrubar o veto e fazer valer em SP.
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