Márcio Nakashima propõe reflexão contra a violência nos 16 dias de ativismo
Daniella Parez
Há 30 anos o assassinato brutal e cruel de Daniella Perez chocou o país.
Na noite de 28 de dezembro de 1992, a filha da roteirista Gloria Perez foi encontrada morta a golpes de punhal em um matagal na Barra da Tijuca, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro. Oito acertaram o coração.
À época, a jovem de 22 anos estrelava a novela "De Corpo e Alma", escrita pela mãe e exibida pela Rede Globo. Ela dava vida à personagem "Yasmin", par romântico do personagem de De Pádua na ficção, batizado de "Bira".
Para executar a morte violenta da parceira de set, o colega de trabalho de Daniella contou com a ajuda da então esposa, Paula Thomaz.
Eles foram condenados por dois júris. Guilherme pegou 19 anos e Paula, 15. Ele foi solto após 6 anos e 9 meses preso. A comparsa também ganhou liberdade dias depois. Guilherme morreu no mês passado, após sofrer infarto.
Neste último dia de ativismo pelo fim da violência contra a mulher quero falar dessa legislação esdrúxula, que solta bandidos e condena famílias a conviver eternamente com os sentimentos de injustiça e impunidade.
Glória Perez liderou um movimento e conseguiu a inclusão do crime de homicídio qualificado no rol dos crimes hediondos.
Por leis mais severas para agressores de mulheres e feminicidas. Cadeia para esses monstros, sem relaxamento!
Justiça por Daniella Perez!
Christiane Harumi Arima
Christiane Harumi Arima, moradora de Praia Grande, foi vítima de violência doméstica em dois relacionamentos.
Nosso mandato prestou todo apoio para que ela pudesse sair do ciclo de abusos e, enfim, se divorciar do ex-marido agressor.
Neste 15º dia de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, vamos falar sobre a lentidão dos procedimentos jurídicos para quem busca sair do ciclo da violência, um problema grave que expõe a vítima a novas agressões.
Vale ressaltar que oferecemos atendimento jurídico e psicológico de forma totalmente gratuita.
Violência contra a mulher é crime! Denuncie, ligue 180!
Gabriela Samadello Monteiro de Barros
Gabriela Samadello Monteiro de Barros, 39 anos, foi espancada com chutes, socos, cotoveladas e xingada violentamente durante sua jornada de trabalho na prefeitura de Registro, no interior paulista, em plena repartição pública.
O caso, registrado por câmera de celular de colegas de trabalho da procuradora-chefe, aconteceu em junho deste ano. As imagens mostram o procurador Demétrius Oliveira Macedo, 34 anos, completamente transtornado. Ele não aceitava ser comandado por uma mulher.
Devido ao comportamento cada vez mais agressivo de Demétrius no ambiente de trabalho, Gabriela abriu um processo administrativo contra ele. O resultado foi aquela sessão de covardia vista nas redes sociais e TVs.
Gabriela ainda está afastada do trabalho com traumas psicológicos. Demétrius foi preso e já tem vários processos administrativos por danos às instalações de onde está detido.
Neste 14° dia de ativismo, precisamos falar sobre homens que não aceitam a liderança de mulheres. Na mente deles, a mulher precisa se manter submissa e servil.
O caso indignou o Brasil inteiro, exceto a Ordem dos Advogados do Brasil que em SP é comandada por uma mulher. A OAB até manifestou repúdio, mas manteve Demétrius Macedo nos seus quadros, assim como Mizael Bispo, o assassino da minha irmã Mércia Nakashima. Não importa o que os covardes façam: pagou a contribuição, continua advogando.
Este mandato defende a mulher de forma incansável e se manterá assim. Contem sempre com este deputado.
Justiça por Gabriela Samadello!
Sandra Gomide
Era 20 de outubro de 2000 quando a jornalista Sandra Gomide, 32 anos, foi alvejada covardemente pelas costas pelo ex-namorado, o também jornalista, Antonio Marcos Pimentas Neves, 63 anos. Eles haviam se cruzado em um haras, na cidade de Ibiúna, no interior de São Paulo.
O agressor e posteriormente assassino tentou uma conversa a fim de reatar o relacionamento que havia terminado. Ela não quis conversa. Violento, Pimenta Neves tentou empurrá-la para dentro do carro, mas Sandra se desvencilhou e correu. Nesse momento, ele sacou de um revólver e atirou contra as costas dela.
Como para os can4lh4s covardia pouca é bobagem, ele se aproximou da vítima caída no terreno e desferiu mais um tiro contra o ouvido de Sandra consumando o assassinato brutal.
Neste 13º dia de ativismo precisamos falar de homens que “tornam” mulheres propriedades privadas para seu desfrute e prazer. Este, claramente, é um desses casos.
Pimentas Neves conheceu Sandra Gomide num jornal de grande circulação em São Paulo, em 1997, quando ela era repórter e engataram um namoro. Ele era o chefe. Quando trocou de empregos para uma redação ainda maior convidou-a para trabalharem juntos. Ocorre, porém, que o namoro acabou algum tempo depois e ele não aceitou o término.
O jornalista que viraria manchete nas páginas policiais ainda invadiria o apartamento dela dias antes do crime para agredi-la e ameaçá-la de morte. A família chegou a contratar um segurança, mas depois o dispensou por não acreditar que Pimenta Neves seria capaz de cumprir com as ameaças.
A condenação do bandido e levou seis anos para ser conhecida e foi mamão com mel: 19 anos, 2 meses e 12 dias de prisão. Poderoso, endinheirado e com bons advogados, Pimenta Neves recorreu daqui e dali e ganhou o direito de permanecer em liberdade até a confirmação da pena, o que só ocorreu em 2011, no STF. Em 2016, 5 anos após a prisão, conseguiu sair do semiaberto para o aberto. Na época do crime não havia Lei Maria da Penha e nem a tipificação de feminicídio, o que só ocorreu em 2015.
Este mandato existe para defender e propor políticas públicas que tragam conforto e paz às mulheres. Este mandato não vai descansar, não vai esmorecer, não vai se calar no enfrentamento da violência doméstica.
Conte sempre com este deputado!
Justiça por Sandra Gomide!
Eloá Pimentel
Em outubro de 2008, após ser mantida por quase cinco dias em cárcere privado, a jovem Eloá Pimentel, de 15 anos, foi morta a tiros pelo ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. O crime teve repercussão internacional.
Inconformado com o fim do relacionamento, ele invadiu o apartamento dela, em Santo André, e a manteve refém juntamente com a amiga Nayara Rodrigues da Silva.
Durante cerca de 100 horas, o país acompanhou o drama das duas jovens que terminou de maneira trágica, quando a polícia invadiu o apartamento. Acuado, Lindemberg disparou contra as meninas. Eloá morreu com um tiro na cabeça e outro na virilha. Nayara foi atingida no rosto, mas sobreviveu.
O criminoso foi condenado a quase 100 anos de cadeia, porém teve a pena diminuída para 39 anos e três meses.
Assassinatos de mulheres por ex que não aceitam o fim do relacionamento são mais comuns do que imaginamos.
Neste 12º dia de ativismo, nosso repúdio a essa cultura machista que ainda impera em muitos relacionamentos e que coloca o homem como dono da mulher. Por isso, lutamos todos os dias.
Justiça por Eloá Cristina Pimentel!
Ana Carolina da Silva Santos Fernandes
Ana Carolina da Silva Santos Fernandes, 27 anos, foi encontrada morta a facadas com sua bebê de dois anos no colo, tentando mamar no corpo da mãe inerte. O caso aconteceu em outubro deste ano.
O suspeito de assassinato, o ex-companheiro dela, Fernando Fernandes dos Santos, 35 anos, está foragido. Ele a teria estuprado e depois cometido o crime brutal. O acusado tem muito histórico de violência contra Ana Carolina.
O corpo foi encontrado pela mãe dela após telefonema da ex-sogra informando haver algo errado na casa onde a vítima morava com os filhos (além da bebê, de 2 anos, filha do assassino, um menino de 3, e uma menina de 11).
É muita crueldade, muita desumanidade. Neste 11° dia de ativismo precisamos falar dos homens que enganam as mulheres com promessa de mudança no comportamento. E das vítimas que acreditam nessa mudança.
Este mandato combate a violência contra a mulher.
Este mandato busca por justiça.
Pamella Holanda
Em julho do ano passado, Pamella Holanda divulgou imagens das câmeras de segurança do apartamento em que morava, sendo agredida pelo ex-marido, o DJ Ivis, na frente da filha do casal, à época com nove meses, e de outras duas pessoas. O criminoso ficou preso por apenas 3 meses.
Neste décimo dia de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, precisamos falar sobre os altos índices de violência doméstica dentro de casa. Sete a cada 10 vítimas de feminicídio foram mortas no seio do lar.
A nossa luta é combater a violência contra a mulher em todas as suas formas. E temos certeza que essa luta não será em vão!
Justiça por Pamella Holanda!
Alliny Helena Gomes
A modelo e atriz Alliny Helena Gomes, de 37 anos, foi agredida pelo empresário Thiago Brennand, em uma academia de ginástica da zona sul de SP, em setembro deste ano.
Câmeras de segurança flagraram o momento no qual o valentão xinga e empurra a modelo. Ela bate as costas contra um aparelho e precisa ser amparada.
O caso ganhou repercussão e denúncias de crimes sexuais (como estupro, cárcere privado e tortura) supostamente envolvendo o empresário vieram à tona.
Ele foi denunciado pelo Ministério Publico de São Paulo e fugiu para os Emirados Árabes, mas foi preso.
Neste sábado, nono dia de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, o nosso repúdio à violência que as mulheres estão expostas em todos os espaços.
Nosso mandato presta apoio jurídico e psicológico a vítimas de violência e seus familiares. Enfrentar e combater a violência é a nossa principal bandeira!
Justiça por Alliny Helena Gomes!
Sheyla Ortiz
A técnica de enfermagem Sheyla Ortiz passou 3 dias sendo espancada dentro de casa por um rapaz com quem teve um rápido relacionamento em 2020.
Nestes dias de cárcere privado, ela foi dopada, violentada, sofreu uma grave lesão na cabeça e passou quase um mês internada.
Nosso mandato acompanhou de perto este caso e prestou todo apoio à vítima e seus familiares. Sim, a violência também machuca a família. O homem foi preso.
Hoje, Sheyla está bem, mas carrega a alma ferida pelos momentos de terror que viveu nas mãos do “ficante” agressor.
Neste oitavo dia de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, desejamos que a Sheyla possa um dia superar esse trauma e que seja muito feliz.
Violência contra a mulher é crime e dá cadeia. Denuncie, ligue 180.
Justiça por Sheyla Ortiz!
Sandra Maria de Souza Silva
Sandra Maria de Souza Silva, de 34 anos, foi morta a facadas em frente a bebê de 8 meses pelo namorado, o mexicano Daniel Ospina Garcia, num apartamento no centro de São Paulo, em julho deste ano. A criancinha foi encontrada pela polícia ao lado do corpo da mãe, dois dias depois, desnutrida, com ferimento em uma das pernas e precisou ser internada.
Casos como esse refletem como é difícil ser mulher num país estruturalmente machista e por consequência, feminicida. Este é um país perigoso para elas e seus filhos (é o 5º que mais comete assassinato com base no gênero em todo o mundo).
Como Sandra Maria, existem centenas de mulheres correndo desesperadas de uma casa para outra ou buscando proteção contra seus agressores pelas ruas e delegacias. E como o assassino, muitos têm histórico de violência contra a mulher e/ou passagem por crimes diversos. Esses B4ndid0s, matam friamente, fogem e permanecem sem punição.
Neste sétimo dia de ativismo pelo fim da violência, reafirmo: este mandato vai continuar lutando com elas e por elas!
Justiça por Sandra Maria!
Mariza dos Anjos
O assassinato de Mariza dos Anjos retrata como a violência ronda a vida das mulheres em relacionamentos abusivos, nos quais os homens acham que são donos delas.
O crime bárbaro aconteceu em 2020. A moradora de Guarulhos, de 34 anos, ficou desaparecida do dia 10 de fevereiro a 2 de março daquele ano.
Ex noivo dela, Cléber Juventino Aparecido confessou que matou Mariza a facadas, depois a esquartejou, colocou o corpo em sacos plásticos e desovou à beira de uma estrada em Nazaré Paulista.
O combate à violência doméstica ainda perde batalhas importantes quando uma mulher é ferida ou morta. Neste sexto dia de ativismo pelo fim da violência, reafirmo o compromisso de seguir lutando por conscientização, políticas públicas e leis mais severas.
Justiça por Mariza dos Anjos!
Lucilene Maria Ferrari
No dia 26 de abril a polícia confirmou que a ossada encontrada em uma área rural era da empresária Lucilene Maria Ferrari, que estava desaparecida havia 2 anos e 4 meses, em Porto Ferreira.
Nosso mandato acompanhou este caso que tem como principal suspeito Vanderlei Meneses, companheiro de Lucilene à época. O pedido de prisão preventiva dele chegou a ser negado, mas a decisão foi revertida pelo TJ-SP e ele foi preso em Goiás.
Neste quinto dia de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, reafirmo o compromisso de continuar lutando por dias livres de violência para todas as mulheres. Sem exceção.
Justiça para Lucilene Ferrari!
Bianca Consoli
No dia 13 de setembro de 2011, Bianca Consoli, uma jovem universitária de 19 anos, foi encontrada morta pela mãe, Marta Consoli, em casa, na zona leste da capital paulista.
A estudante tinha um saco plástico na boca e sinais de agressão pelo corpo. Segundo a perícia, ela foi imobilizada, asfixiada e abusada sexualmente.
O motoboy Sandro Dota, cunhado da vítima, foi condenado pelo assassinato, mas negou o abuso. Também foi absolvido pela justiça de outras duas acusações: o abuso dos enteados, uma menina de 6 anos e um menino de 11, filhos de Daiana Consoli, a irmã de Bianca, com quem foi casado.
Neste quarto dia de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, nossa solidariedade e gratidão à Marta Consoli, mãe de Bianca, por ser parceira do nosso mandato na luta por justiça para tantas outras famílias que passam por dores semelhantes.
Justiça por Bianca Consoli!
Mércia Nakashima
Domingo, 23 de maio de 2010, a minha irmã caçula Mércia Nakashima, uma jovem advogada em plena ascensão profissional, desapareceu após sair de casa em Guarulhos. O carro e o corpo dela foram encontrados dias depois na represa de Nazaré Paulista.
Mércia foi assassinada por um monstro que não aceitava o fim do relacionamento. Um C4N4LH4 que fugiu, se escondeu, mas foi pego, julgado e condenado a 22 anos e oito meses de prisão. Sentença, infelizmente, relaxada a todo o momento pela nossa legislação falha e obsoleta.
Neste terceiro dia de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, em memória da Mércia, peço punição severa para agressores/feminicidas.
Na Assembleia Legislativa, trabalho de forma dedicada e empática para que outras famílias não passem pelo que eu e a minha família passamos.
É a minha bandeira de vida!
Maria da Penha
Neste segundo dia de ativismo vamos relembrar o caso grave violência sofrido pela biofarmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que por 20 anos lutou para ver seu agressor preso. É dela o nome da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha).
Em 1983 ela sofreu a primeira tentativa de assassinato, quando o marido Marco Antonio Herredia Viveros deu um tiro nas costas enquanto ela dormia. Maria da Penha saiu paraplégica.
A segunda tentativa de homicídio aconteceu meses depois, quando ele a empurrou da cadeira de rodas e tentou eletrocutá-la no chuveiro.
Apesar de ser um marco na luta pelos direitos das mulheres, a Lei ainda não é colocado em prática como deveria. E essa tem sido uma de nossas bandeiras: endurecer o trato com criminosos e promover mais e melhor acolhimento às vítimas por meio de uma rede de proteção especializada.
Tenho trabalhado muito por isso. Em Mogi Mirim, destinamos recursos para criar a Sala Maria da Penha. Em Caieiras, ajudamos a estruturar o Programa Guardiã Maria da Penha, com sala exclusiva e viatura para patrulhamento ostensivo.
Outro importante espaço de acolhimento e proteção à vítimas foi possível por meio de emenda parlamentar: o Centro de Referência e Apoio à Vítima de Violência (CRAVI), em Guarulhos, com parceria da Asbrad (Associação Brasileira em Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude).
Na Assembleia Legislativa de São Paulo, sou o deputado estadual que mais apresentou projetos de lei em defesa da mulher. Por aqui, o trabalho não para. São mais de mil famílias acompanhadas pelo Núcleo de Desaparecidos e Vítimas de Violência, com apoio jurídico e psicológico.
É meu compromisso com as mulheres. É minha bandeira de vida!
16 Dias de ativismo
Nesta sexta-feira, 25, Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, propomos uma reflexão sobre os crescentes episódios de violência e a necessidade de conscientização para o fim de desse comportamento machista que tanto destrói vidas.
Durante os 16 dias de ativismo (25/11 a 10/12) vamos relembrar alguns dos muitos casos de violência que chocaram a opinião pública.
Impossível não mencionar a tragédia que acometeu a minha família em 2010, quando minha irmã Mércia Nakashima, foi brutalmente assassinada pelo ex-namorado.
A própria Maria da Penha, que empresta o nome a lei - sinônimo de combate à violência contra a mulher – foi vítima de violência e acabou baleada pelo companheiro de vida.
Por aí se vê o quanto a violência está disseminada na sociedade, independentemente de classes sociais, religião e etnia.
É preciso combatê-la a todo momento, de forma incessante. É a nossa luta!